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        O grego é um idioma da família indo-européia falado pelo menos desde -2.000, aproximadamente.
        Os primeiros textos escritos em Linear B, a mais antiga escrita grega, datam apenas de -1.400. A escrita alfabética remonta a aproximadamente -750 e, com leves modificações, é ainda utilizado pelos gregos de hoje.
        Adotado pelos romanos durante a Antigüidade, do alfabeto grego derivou o alfabeto latino, utilizado hoje pela grande maioria das línguas modernas do Ocidente.
        O primeiros textos escritos em grego utilizavam a escrita silábica conhecida atualmente por Linear B, e somente a partir de -750 o alfabeto grego que conhecemos começou a ser empregado regularmente.

 

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        O grego pertence à família das línguas indo-européias e é do tipo flexional, i.e., as terminações das palavras sinalizam a função sintática. É aparentada a uma enorme quantidade de línguas da Europa (português, francês, espanhol, italiano, inglês, alemão, etc.) e a línguas já extintas, tanto da Europa como da Ásia (latim, sânscrito, hitita, luvita, etc.).
        Observe-se a semelhança entre as formas da palavra pai em algumas dessas línguas:

grego
português
francês
espanhol
italiano
inglês
alemão
latim
sânscrito
path/r
pai
père
padre
padre
father
vater
pater
pitá

        O termo "grego antigo" engloba na realidade diversos dialetos: o micênico, o árcado-cipriota, o eólico, o dórico e o iônico-ático. Alguns eruditos acreditam que em tempos remotos existia um único tipo de dialeto, o grego comum, do qual os demais derivaram; outros sustentam que nunca existiu, historicamente, um único dialeto grego, já que a cultura grega deve ter sido resultante da mistura de várias populações neolíticas.
        Chama-se grego clássico o dialeto ático, falado em Atenas entre -500 e -300 e utilizado por alguns dos mais importantes autores gregos, entre eles Tucídides, Eurípides, Platão e Demóstenes. Desse dialeto emergiu a língua comum (gr. koinh/), falada no Período Helenístico e da qual deriva o grego moderno.

 

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        O alfabeto grego baseia-se no alfabeto fenício, tanto que os antigos gregos chamavam as letras de letras fenícias.    Inicialmente, só havia letras maiúsculas; as minúsculas foram criadas no Período Helenístico e popularizaram-se após a conquista romana.
        Cada cidade-estado usava uma variedade diferente de sinais. O conjunto de sinais usado pela cidade de Mileto foi adotado por Atenas em -403 e nos anos seguintes pelas demais cidades gregas, e tornou-se assim o ALFABETO GREGO que conhecemos e utilizamos atualmente.
        A pronúncia do grego antigo não é a mesma do grego moderno, e sua reconstituição tem atualmente somente interesse histórico.
        As vogais têm quantidade, i.e., o tempo que se leva para pronunciá-las é diferente: breves, uma unidade de tempo;sons_e_pronuncia.gif (7737 bytes) longas, duas unidades. As vogais -h- -w- são sempre longas, -e- -o- sempre breves, e as demais podem ser longas ou breves.   Algumas consoantes [z q c f x y] têm som duplo (vide a Tabela acima). As sílabas que contêm vogal longa são longas, e as outras, breves.
        Os acentos agudo [´], grave [~] e circunflexo [^] não são tônicos, e sim musicais: indicam que a sílaba deve ser pronunciada um tom acima das demais. O [´] é o espírito rude, que empresta às vogais e ao -r- um som rascante denominado aspiração (a( = rá); o [^] é o espírito doce e indica ausência de aspiração.
        Outros sinais próprios do grego: o trema [¨], o apóstrofo ['], o sinal de interrogação [?] e o sinal de pausa [,].
        Quanto aos numerais, desde o século -II utiliza-se para a maior parte dos números as próprias letras seguidas de apóstrofo (a' = 1, b' = 2, p.ex.), e símbolos específicos para alguns poucos números, como o ` (= 900).

Veja também:

Curso de Grego Antigo via Internet

 

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Forma das Palavras


        O significado básico das palavras indo-européias está contido na raiz, geralmente modificada por afixos (prefixos, sufixos, etc.) que especificam o sentido da raiz. O conjunto da raiz e seus afixos é o radical, e o resto da palavra é formada pelas desinências, que variam conforme a flexão. Assim, p.ex., para a raiz grega do- [gr. do-] temos os verbos dí-do-mi [gr. di/dwmi], eu dou, dó-so [gr. do/sw], eu darei, e o substantivo dó-ron [gr. dw&ron], dom / presente.
        As palavras variáveis são os substantivos, adjetivos, pronomes, artigos, numerais e verbos. A flexão verbal refere-se somente aos verbos, e a flexão nominal às demais classes de palavras. Aos verbos conjuga-se, e aos nomes declina-se.
        A flexão verbal exprime noções referentes à ação: voz (ativa, passiva, média), modo (indicativo, subjuntivo, optativo, imperativo, infinitivo, particípio), aspecto (durativo, pontual, perfectivo), momento temporal (presente, passado, futuro), pessoa do discurso (1ª, 2ª, 3ª) e número (singular, plural, dual).
        A flexão nominal exprime noções referentes à caracterização de seres e coisas: gênero (masculino, feminino e neutro), número (singular, plural, dual) e caso (nominativo, vocativo, acusativo, genitivo, dativo).
        As partículas são palavras invariáveis de múltiplas funções: advérbios, preposições, conjunções, interjeições, etc. Algumas partículas exprimem certas nuances da fala que são intraduzíveis.

 

Diferenças em relação às Línguas Modernas


        Destaco, a seguir, alguns dos conceitos estruturais do grego antigo estranhos às línguas modernas:

Exprime uma ação que o sujeito pratica particularmente interessado em seu efeito, ou em seu próprio interesse.

Entre outras coisas, exprime uma eventualidade, i.e., uma ação passível de ocorrer no
futuro ou um lamento.

Refere-se a um par de coisas.

Basicamente, o nominativo é usado como sujeito, o acusativo como objeto direto, o
dativo como objeto indireto e o genitivo como complemento nominal / adjunto
adnominal.

 

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